Texto: Ângelo Valoto,
A produção de mel na Costa Oeste do Paraná, apresenta-se irregular pois em alguns lugares estão realizando colheita em outros nem se encontra sequer um favo de mel.Isto ocorre em decorrência das condições climáticas que assolam boa parte do Brasil; e na região oeste, predominam dias quentes com baixo índice pluviométrico.
Mesmo nos lugares onde as abelhas estão armazenando mel a umidade é baixa e dificulta o processo de centrifugação. Isso ocorre, pois o mel está muito espesso e demorando a sair, deixando um residual muito alto nos favos que retornam às colmeias.Mesmo com tantas dificuldades para a produção, os apicultores têm conseguido colher um mel de excelente qualidade e bem pesado em decorrência da baixa umidade.
Pela baixa produção de mel ocorrido nesta safra no Brasil como um todo, a procura pelos entrepostos tem sido acirrada e os valores têm mudado constantemente para adquirir este primeiro mel.Isso ocorre, por causa de tonalidade clara e de sua boa aceitação nacional e internacionalmente – e ainda por cima, com bons preços.Está acirrada procura decorre, como foi citado, pela falta do produto, assim como pelas características fantásticas que possui o mel produzido na região: doçura, buque, aromas organolépticos inigualável –e, por isso, essa grande procura ocasiona variações constantes dos preços.
Os preços do mel na safra anterior atingiram um valor simbólico de R$ 3,50, insuficiente para a remuneração adequada dos produtores, a safra fechou em R$ 6,00. E em comparação, a safra atual iniciou com o valor de R$ 10,00; e atualmente está em R$ 15,50 – dados do dia 28/11/2020.
Ao mesmo tempo, temos exemplos de boas produções, como na APITERRA (a Associação de Apicultores de Terra Roxa) na qual a maioria dos associados conseguem colher um bom volume de mel. Aqueles que possuem os melhores resultados são os apicultores que têm seguido as orientações técnicas oferecidas pelo projeto da Itaipu através da Biolabore (cooperativa de trabalho e assistência técnica do Paraná), que ocorre há vários anos e que tem orientado e qualificado estes mesmos produtores com assistências técnicas individuais e coletivas; através de palestras e cursos; assim como em relação às boas práticas a nível de campo e indústria, para que a produção e o processamento do mel alcancem todos os critérios exigidos pela legislação brasileira.Observa-se que a cada ano resultados melhores têm proporcionado a sobrevivência de vários produtores que vivem exclusivamente do mel. Ao mesmo tempo que outros têm complementado suas rendas– sejam com atividades agrícolas ou mesmo diversos trabalhos.
Outro exemplo de dedicação e uso das orientações técnicas é a família Lavarda, na localidade braço do norte em Santa Helena, que vem obtendo bons resultados na sua atividade e que este ano conseguiu uma boa remuneração pela produção, e o que tudo indica se o clima ajudar ainda acontecerá outras colheitas ainda nesta safra.
São exemplos de apicultores que assumiram a apicultura com paixão e opção de vida das famílias e que conseguem sobreviver desta fantástica atividade, e que estão conseguindo organizar e vender seus produtos em grande quantidade sem intermediários, valorizando a mão de obra familiar e alavancando a agricultura familiar.
